CPRM e Amosc cadastram poços artesianos no Oeste

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          Os poços artesianos se constituem em importantes fontes para o suprimento de água potável das populações. Porém, se forem inadequadamente perfurados e manejados, podem comprometer para sempre uma das maiores riquezas do país: as águas subterrâneas.


          A Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) – empresa pública federal, vinculada ao Ministério de Minas e Energia com atribuição de operar o Serviço Geológico do Brasil %u2013 com o apoio da Associação dos Municípios do Oeste de Santa Catarina (Amosc) iniciou o cadastramento dos poços perfurados nos municípios catarinenses, com diâmetro igual ou maior do que quatro  polegadas.


As atividades iniciaram no final de agosto e estarão concluídas em 20 de dezembro deste ano. Desde 1° de novembro de 2002, está em vigor a instrução normativa n° 16 da Fatma que só permite a perfuração mediante licenciamento prévio junto ao órgão. No total, serão inspecionados cerca de 3.000 poços em 110 municípios. Estima-se que 30% deles estejam em situação irregular nos aspectos técnico ou legal.


           Com a cooperação da Amosc, dos municípios e das empresas perfuradoras serão anotados, entre outros, os dados técnicos de vazão, perfil geológico, profundidade dos poços, condutividade da água (salobra ou não), PH (ácida ou alcalina), entradas de água, níveis de água no poço antes e após o bombeamento, as coordenadas e a altimetria da boca dos poços.


            Esse trabalho é resultado de convênio com o Ministério de Integração Nacional e está sendo realizado com seis equipes, além de um coordenador regional e dois supervisores. “A visita ao local dos poços permite avaliar as condições técnicas, aspectos construtivos dos poços, potencialidades e situação atual de operação%u201D, explica o geólogo da CPRM, Braulio R. Caye.


         O geólogo assegura que esse estudo não tem qualquer sentido fiscalizatório e visa apenas o conhecimento da água, bem como verificar o estado em que se encontram os poços, pois são inúmeros os casos de poços perfurados sem utilização por falta de equipamento ou equipamento avariado. Este conhecimento é estratégico para administrar uma temporada de seca.


         Os poços profundos são de vital importância para o abastecimento do Oeste catarinense, onde 80% das águas superficiais estão poluídas, explica o engenheiro químico da Amosc, Gary Angel Bittencourt. Poços perfurados sem conhecimento técnico podem provocar a contaminação das águas subterrâneas, o que criaria uma situação irreversível pois não existe, atualmente, tecnologia conhecida para despoluir essas reservas de água doce.


O levantamento trará subsídios ao governo federal na elaboração de políticas adequadas no aproveitamento, revitalização, ou mesmo na construção de novos poços em áreas deflagradas por estiagens prolongadas. O trabalho prevê a revitalização de alguns poços considerados estrategicamente importantes ou essenciais para comunidades socialmente carentes. 


            Programa semelhante foi desenvolvido pela Amosc e pela CPRM no período 1998/2001 e retomado em 2003 para o monitoramento de poços profundos (artesianos) do Aqüífero Serra Geral. A medida objetivava verificar a qualidade da água ao longo do tempo, a interferência de outros aqüíferos e concluir se a extração é maior que a infiltração e o que leva a secagem dos poços.


 


Fonte: MB Comunicação