Ao contrário do que se pensa a evasão escolar não é uma situação predominante entre os meninos. Conforme dados do painel de indicadores da infância e da juventude desenvolvido pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), a Secretaria de Estado de Educação e o Centro de Informática e Automação de Santa Catarina (CIASC), esse percentual atualmente está dividido: 50% das infrequências escolares ocorrem com meninas e 50% com meninos.
O painel analisa detalhadamente os dados que são coletados através do Sistema APOIA on-line, o qual é alimentado com informações repassadas pelas escolas, conselhos tutelares e promotorias de justiça dos municípios. Esse e outros dados foram apresentados durante reunião, na última semana, do Núcleo Intersetorial de Suporte ao Apoia (NISA) da região da Associação dos Municípios do Oeste de Santa Catarina (AMOSC), promovido na Unochapecó.
Estiveram reunidos representantes de entidades ligadas às questões educacionais dos municípios da região para interação e troca de experiência com o objetivo de promover o fortalecimento de ações proativas, interdisciplinares e intersetoriais visando a garantia e a proteção do direito à educação, que compreende desde a matrícula até a permanência e qualidade do ensino.
O painel trouxe informações novas com relação à infrequência escolar. De acordo com Rossano de Caldas Nogueira, consultor em ciência de dados do MPSC, os registros on-line demonstram que houve um aumento no número de registros no APOIA de crianças na faixa etária entre 7 e 11 anos. “Essa é uma situação nova”, observa Nogueira.
O consultor salientou a iniciativa do MPSC com o investimento pesado em tecnologia de ciência artificial para possibilitar uma compreensão desses indicadores e quais devem ser as decisões tomadas para evitar tais situações. “O Ministério Público está colocando essas informações nas mãos dos promotores de justiça do Estado para que eles possam acompanhar de perto todo esse trabalho”.
Segundo a assistente social do MPSC – Comarca de Chapecó, Ana Soraia Haddad Biasi, existem inúmeros motivos pelas quais ocorre a evasão escolar: questões culturais, de gêneros, socioemocionais, sociais e econômicas. “É necessário compreender em cada situação quais são os verdadeiros motivos e trabalhar de maneira conjunta para resolver essa situação e evitar que as infrequências permaneçam”, considerou.
Ana Soraia destacou que o conhecimento dos indicadores regionais geradores da evasão é uma estratégia fundamental para se trabalhar com os atores envolvidos na rede de proteção da criança e do adolescente, na construção de novos olhares e consequentes ações de enfrentamento e prevenção.
O APOIA
O Programa de Combate à Evasão Escolar (APOIA) visa garantir a permanência na escola de crianças e adolescentes de 4 a 17 anos para que concluam todas as etapas da Educação Básica, promovendo o regresso à escola daqueles que abandonaram os estudos. Com esse objetivo, desde 2001 o programa APOIA promove em cada município catarinense a integração entre as Promotorias de Justiça da Infância e Juventude, os Conselhos Tutelares e as Escolas que ofertam a educação básica.
MB Comunicação
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