Música em sala de aula é tema de capacitação de professores da região da AMOSC

 

Capacitar educadores que utilizam a música em suas práticas pedagógicas, visando o desenvolvimento da musicalidade dos alunos da rede municipal da microrregião. Este foi o objetivo da formação "A música em sala de aula e suas interfaces" realizado, na última semana, no ateliê do curso de Artes Visuais da Unochapecó, pela Associação dos Municípios do Oeste de Santa Catarina (AMOSC).

A temática foi abordada pelo mestre em Educação e bacharel em Percussão Sandro Cartier e pela bacharel em Canto, licenciada em Música e com especialização em Psicopedagogia Alessandra Diettrich. Participaram 30 professores de artes e profissionais que atuam no ensino da música da microrregião. Esta formação tem carga horária de 24 horas e prosseguirá no dia 13 de junho.

Nesta primeira etapa, o enfoque foram as práticas de ritmos brasileiros com instrumentos de percussão, rodas cantadas (uníssono ou cânones) e percussão corporal. Na segunda etapa, serão abordadas as brincadeiras rítmicas com sequências, exploração das sonoridades em geral, a interface do ensino da música com outras áreas do conhecimento, práticas e composição do método "Compondo Juntos" e atividades musicais exploradas com bambolês.

O professor Sandro Cartier apresentou uma metodologia de fonemas de palavras para gravar os sons dos instrumentos musicais, ou seja, a utilização da fonética como recurso pedagógico. Cartier usou como exemplos o agogô, tamborim, chocalho, surdo e reco-reco e a partir da célula rítmica de cada instrumento criou uma frase fácil de memorizar o que representa o som de cada um. "Desta maneira compreende-se o processo de construção do conhecimento por intermédio de palavras associadas ao instrumento", argumentou.

Quanto as canções de roda, voltadas à educação infantil e séries iniciais, Cartier explicou que são estratégias de inserir a música na sala de aula. Entre os benefícios de estudar música, o professor destaca a socialização, pois é preciso trabalhar em grupo, percepção dos limites, concentração, motricidade, psicomotricidade, disciplina e respeito. 

Para a professora de Artes de Formosa do Sul, Neura Stedile, são atividades como estas que contribuem para o processo didático e para o desenvolvimento cognitivo de crianças e professores. "Os docentes oportunizam inovar em sala de aula com dinâmicas, atividades lúdicas e mostram a importância da nossa cultura. Além disso, ampliam o universo com a utilização dos instrumentos musicais, bem como a construção dos instrumentos e a utilização dos materiais que as escolas já oferecem", ressaltou.

Neura justificou que em cada encontro tem novidades e mais aprendizado. O que mais chamou a atenção da professora foi a proposta de ensino com a utilização de cantigas de roda. Outros pontos positivos destacados pela educadora são a relação dos sons com o cotidiano do aluno e a importância de construir em sala de aula os instrumentos com os alunos. "Os docentes têm domínio das técnicas, facilidade de mediar os conhecimentos e trabalham a relação teoria e prática, o que possibilita um suporte para o professor", complementou. 

A assessora em educação da AMOSC, Locenir de Moura, destacou que o ensino da música vem sendo tema de formação de professores da microrregião desde 2011. Atualmente há uma exigência legal por meio da Lei nº 11.769/2008 que determina que o conteúdo da música faça parte do currículo da educação básica. "Contudo, não basta inserir a música no currículo, é preciso oportunizar a formação aos professores e é isto que a AMOSC, por meio do Colegiado de Secretários Municipais de Educação, está fazendo nos últimos anos", argumentou.

MB Comunicação