II Seminário Regional de Segurança nas Escolas Amosc discute formas de violência infanto juvenil em Chapecó

Mais de 900 profissionais, das áreas de educação, assistência social, saúde e conselhos tutelares estiveram presentes

 

 

 

O II Seminário Regional de Segurança nas Escolas, organizado pela Associação dos Municípios do Oeste de Santa Catarina (AMOSC), reuniu mais de 900 profissionais da educação, segurança pública e autoridades locais, apresentando uma programação intensa e informativa. Durante a abertura, participaram prefeitos, representantes das secretarias municipais de Educação e diretores escolares, além de representantes de entidades parceiras como o Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Defesa Civil.

O seminário foi organizado pelos Colegiados de Educação, Assistência Social e Conselheiros de Direitos e Tutelares da AMOSC, trazendo assuntos sobre a violência infantojuvenil, com o objetivo principal de sensibilizar todos os envolvidos no atendimento de crianças e adolescentes sobre os sinais e sintomas dessa violência. Segundo o Presidente da AMOSC, Glauber Butert, prefeito de Caxambu do Sul, eventos como esse reforçam o compromisso da AMOSC e das instituições parceiras em continuar trabalhando pela segurança nas escolas. “Essa é também uma oportunidade de buscar soluções para orientar melhor as políticas públicas e o investimento público para resolver da melhor maneira essas demandas. Assuntos como esse são desafios que se apresentam atualmente e a capacitação auxilia principalmente para evitar novos ataques à integridade física das nossas crianças”, enfatizou Butert.

A programação trouxe sessões sobre o Comitê Integrado para Cidadania e Paz nas Escolas, fluxos e protocolos de segurança, e a prevenção e intervenção em emergências utilizando o Protocolo FEL (Fugir, Esconder, Lutar). Para o Major Policial Militar Marcelo Wundervald, o medo e o pânico são sensações normais para os seres humanos, o que vai minimizar essas situações são os treinamentos. “Essa ação da AMOSC é fundamental para capacitar professores e gestores da área de educação da nossa região do oeste de Santa Catarina”, manifestou o Major. 

Durante o evento as instituições de ensino foram incentivadas a implementar protocolos de segurança, identificação e resposta a sinais de violência infanto juvenil. Para a Coordenadora Regional do Colegiado de Conselheiros Tutelares e de Direitos da AMOSC, Ana Paula da Silva, e  Presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) de Caxambu do Sul, “a violência nas escolas é algo recorrente, e o objetivo do seminário é unir todas as políticas públicas para prevenir esses casos e evitar que se repitam.”

 

Grupo Arty Dance do município de Santiago do Sul, sob a coreografia de Kerli Trentin. Foto por: Diego de Bastiani

Palestras, Debates e Interação

Após a abertura oficial do evento, os participantes assistiram à apresentação cultural do Grupo Arty Dance do município de Santiago do Sul, sob a coreografia de Kerli Trentin. A categoria juvenil e a modalidade de dança contemporânea trouxeram a obra “Fio Laranja”, conscientizando sobre a proteção de crianças e adolescentes contra abusos e exploração sexual, lançando um alerta para a sociedade de Santa Catarina sobre a importância de estar atento aos sinais que indicam vulnerabilidade.

Iniciando a programação de palestras, houve a explanação realizada pelo Comitê Integrado para Cidadania e Paz nas Escolas, liderada pelo Coordenador Regional da Defesa Civil de Santa Catarina, Luciano Peri, sobre fluxos e protocolos de segurança. “Hoje nós estamos trabalhando na gestão do risco, que visa exatamente a preparação da comunidade escolar, do RH, das pessoas, para que possam saber o que fazer antes, durante e após um desastre”, destacou o coordenador.

Na sequência, o Major Policial Militar Marcelo Wundervald discutiu a prevenção e intervenção em situações de emergência com o Protocolo FEL. Para ele, este protocolo é essencial e auxilia a lidar com situações de emergência nas unidades de ensino. “É importante conhecer as rotas de fuga disponíveis, como entradas, saídas, janelas e portões, para uma saída rápida. Em segundo lugar, saber onde se esconder e como criar barreiras, utilizando móveis para impedir a entrada de um agressor, e lutar seria a última instância”, aconselhou o Major.

A apresentação seguiu com o 1º Ten BM no Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, Leandro Ecco, juntamente com o Soldado Bombeiros Militar Rafael Bernardo da Silva Blasechi, que abordaram a atuação em casos de emergência, destacando como exemplo o caso ocorrido em maio de 2021, no município de Saudades. A manhã foi concluída com um debate para esclarecer dúvidas gerais. 

Durante a tarde, o evento seguiu discutindo as diferentes formas de violência infanto juvenil, momento conduzido pelos representantes dos CREAS de Chapecó. A programação encerrou com a apresentação dos relatos de experiências dos Trabalhos da Rede de Atendimento dos municípios de Chapecó, Pinhalzinho e São Carlos. A mesa de discussão final destacou a importância do trabalho intersetorial no atendimento de crianças e adolescentes, abrangendo áreas como escola, saúde e assistência social.

 

 

Ensinos e Práticas Após o Seminário

A partir de agora cabe a cada escola explorar os ensinamentos adquiridos no II Seminário.  Para a membro do Colegiado de Educação da AMOSC, Amanda Mesquita Preste Pedra Hume, Secretária de Educação de Nova Itaberaba,  um evento como esse demonstra a preocupação da rede de ensino com a segurança pública. “Acreditamos que conseguimos repassar para as famílias que estamos preocupados com a segurança dos alunos na escola. Percebemos, com os ocorridos no estado de Santa Catarina, que é necessário estar discutindo a segurança para o bem de todos, e que esse seja o principal motivo na educação também”, reforça a secretária.
O evento proporcionou um rico intercâmbio de ideias, com debates que permitiram aos participantes tirar dúvidas e discutir soluções práticas para os problemas apresentados. Segundo a Assessora de Educação da AMOSC, Locenir de Moura Selivan, o seminário atingiu o objetivo principal, e agora as escolas devem buscar por aplicar esses conhecimentos. “É  fundamental agora que todos olhem para o seu ambiente e apliquem os protocolos, possibilitando cada vez mais um ambiente escolar mais seguro e acolhedor para todos os estudantes”, enfatiza a Assessora.  

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