Palestra de Israel Boniek aborda a escuta da infância e sugere melhorias na rotina e currículo das escolas da Região Amosc
A Associação dos Municípios do Oeste de Santa Catarina (AMOSC) promoveu, no dia 17 de julho, palestra voltada aos professores da educação infantil da rede municipal de ensino da região. O evento reuniu aproximadamente 250 docentes para discutir a temática “Escuta da infância: aperfeiçoando a rotina e o currículo na educação infantil”, conduzida pelo Diretor do Instituto Infâncias, Consultor em Gestão Escolar de Qualidade, Israel Boniek Gonçalves.
O encontro foi organizado pelo Setor de Educação da AMOSC, com o objetivo de proporcionar reflexões sobre as práticas curriculares desenvolvidas nas escolas do Oeste Catarinense, oportunizando insights focados no ensino infantil. Segundo a Assessora de Educação da Associação, Locenir de Moura Selivan, eventos como esse geram a oportunidade de refletir e compartilhar experiências. “A ideia do evento é auxiliar os municípios da região da AMOSC e, pós-evento, o intuito é realizar um acompanhamento junto com as coordenadoras pedagógicas de cada município”, acrescenta a assessora.
O evento foi realizado no Auditório do Bloco C da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), em Chapecó. Durante a palestra, Boniek destacou a importância das narrativas para que a criança também seja protagonista do seu amadurecimento. Ele ainda explica que a escuta é uma postura, não um sentido, e reforça que o principal recurso, no momento em que a gente vive, para compreender a infância, é a construção de um conceito mais coerente do termo, e isso vem através da informação. “A gente deve se manter antenado com aquilo que é a psicologia do desenvolvimento infantil, a neurociência, a sociologia da infância para a gente fazer uma leitura mais coerente do que é a infância”, enfatiza o palestrante.
Reflexões e trocas de experiências
Os professores presentes compartilharam suas experiências e discutiram novas abordagens sobre as práticas curriculares desenvolvidas em ambiente educacional, buscando sempre o melhor para as crianças. A Diretora do Município de Paial, Marta Regina Liper, relata que se identificou com as falas do palestrante. “A gente prepara atividade para as aulas de acordo com o que a gente acha que vai ser legal para eles, muitas vezes não pensando no que realmente é legal para as crianças. Isso é uma das coisas que dificulta o processo um pouco”, expõe a diretora.
Para a Gerente de Educação do município de Arvoredo, Ana Sczesny, as falas do palestrante provocaram uma reflexão sobre o fazer pedagógico diário nas instituições educacionais, tanto na mediação do processo de ensino e aprendizagem, como na garantia dos direitos da infância, na gestão e organização dos espaços educativos. Ela ainda acrescenta que a abordagem mais impactante do palestrante, em sua opinião, foi quando mencionava que os professores precisam cada vez mais realizar a escuta da infância e entender os indicativos junto das necessidades e interesses das crianças. “A criança deve ser o centro de todo e qualquer processo pedagógico, processo esse que deve respeitar a infância e suas potencialidades”, relata a gerente. Ela finaliza sua avaliação, mencionando que a educação infantil regional tem realizado nos últimos anos uma caminhada significativa na implementação dessa nova proposta que valoriza a infância e suas especificidades.
