Municípios da AMOSC ampliam ações voltadas à preservação ambiental e à sustentabilidade

Projetos e ações voltadas à preservação ambiental e à sustentabilidade foram apresentados durante a assembleia ordinária conjunta da Associação dos Municípios do Oeste de Santa Catarina (AMOSC), na última semana, no Centro de Treinamento da Epagri, em Chapecó.

O coordenador da área social do Programa Verde Vida: oficina educativa, Odair Balen, apresentou o projeto para reuso do óleo de cozinha residual. A proposta é distribuir galões de coleta do óleo nos municípios da microrregião, com a implantação de postos de entrega voluntária. O trabalho de coleta também será realizado em parceria com as escolas públicas municipais e estaduais, restaurantes e supermercados.

Nesta primeira etapa, o Verde Vida fará a transesterificação, um processo intermediário da produção do biodiesel. “A sociedade precisa se preocupar com essa questão, pois um litro de óleo de cozinha contamina 12 mil litros de água. O Verde Vida espera gerar uma grande contribuição ambiental com o projeto e também renda para o atendimento socioeducativo”, argumentou.

Edilmar Bison, da Associação dos Catadores e Recicladores de Faxinal dos Guedes (Acarfa), abordou o reaproveitamento de pneus inservíveis. De acordo com o representante da entidade, o pneu leva 600 anos para se decompor na natureza. “Em 2014, foram fabricados no Brasil 75 milhões de pneus. Dados de 2013 revelam que a frota brasileira era de 81 milhões de veículos. Então, se um veículo rodar 30 mil quilômetros por ano precisará trocar os pneus uma vez por ano, o que representará 326 milhões de pneus descartados”, exemplificou.

Em 2014, 450 mil toneladas de pneus foram reciclados. A proposta da Acarfa é retirar o aço do pneu que retornará para a siderúrgica, o nylon volta para a indústria têxtil e com os grânulos de borracha reciclada serão produzidos pavers para calçadas, piso para playground e pista de atletismo. A Associação tem capacidade de processar 160 toneladas de pneus por mês.

O consultor Oender Pagliari explicou que o Governo do Estado, BNDES e Sebrae lançaram um projeto chamado “Economia verde solidária”. A iniciativa disponibilizava até R$ 300 mil a fundo perdido para cooperativas e associações que apresentam projetos na economia solidária e na sustentabilidade. O Verde Vida e a Acarfa concorreram e seus projetos foram premiados com recursos para montar a estrutura e executar as ações. “O que cabe ao Sebrae é a consultoria e o acompanhamento a essas instituições”, complementou.

EPAGRI

Para ter um envolvimento mais solidificado e atuante, com mais força e resultados nos municípios, a equipe da Epagri de Chapecó apresentou sua estrutura, programas e ações desenvolvidas. De acordo com presidente da AMOSC, prefeito de Chapecó José Caramori, a equipe solicitou sugestões para o planejamento estratégico, de maneira a resolver problemas ou potencializar demandas da microrregião. “A intenção é aproximar a entidade dos secretários municipais de agricultura e desta maneira fortalecer as atividades”, justificou.

Para apresentar a estrutura da Epagri estiveram presentes a chefe do Centro de Treinamentos da Epagri de Chapecó Sonia Bortolanza, o engenheiro agrônomo e gerente regional Ivan Chiapinotto e o médico veterinário Clair Lotenzet.

O engenheiro agrônomo e gerente de Pesquisa, Mário Miranda, relatou o trabalho desenvolvido pelo Centro de Pesquisa da Agricultura Familiar (CEPAF), que conta com 85 hectares, em Chapecó. De acordo com o engenheiro agrônomo, no laboratório de solos, em 2014 foram realizadas 25 mil amostras e em 2015 a previsão é chegar a 35 mil; o laboratório de fitossanidade realizou no ano passado uma média de 3.000 a 3.500 amostras; o laboratório das águas fez mais de 11 mil amostras em 2014 e neste ano terá foco no atendimento aos municípios e a pesquisa. A unidade conta ainda com laboratório de sementes, estação meteorológica, avaliação de forrageiras (solos e grãos) e culturais anuais (milhão e feijão).

A produção de leite a base de pastos perenes de verão foi abordada pelo médico veterinário e responsável pelo programa de pecuária na UGT1, Everton Poletto. A proposta integra bovinocultura leiteira com o plantio de eucalipto, o que proporciona alta qualidade de leite com sustentabilidade, bem-estar animal aliado à produção da madeira.

A responsável pelo programa Gestão de Negócios e Mercados na UGT1, Elisiane Casaril Friedrich, explicou sobre o Programa de Competitividade da Agricultura Familiar de Santa Catarina (SC Rural). A ação tem como meta aumentar a competitividade das organizações dos agricultores familiares, com apoio e projetos estruturantes com planos de negócios e foco na solução de problemas comuns; na implantação de novos empreendimentos e consolidação dos existentes; na inserção das formas de produtos alimentares de forma autônoma para que haja renda justa e permanência de jovens no meio rural. “Entre os resultados estão o aumento de produtividade, qualidade de vida das famílias, produtos legalizados e com mais qualidade”, exemplificou. Na região estão em execução 11 projetos e outros 15 foram mapeados para receberem o programa.

O curso de liderança, gestão e empreendedorismo com jovens rurais foi apresentado pela responsável pelo programa Capital Humano e Social na UGT1, Cianarita Caron Figueiró. A iniciativa visa desenvolver habilidades de liderança, gestão e empreendedorismo contribuindo para que os jovens sejam protagonistas. O público-alvo são jovens entre 18 e 29 anos. As turmas são formadas por 25 a 30 participantes. A meta no Estado é beneficiar 1.500 jovens, sendo que na região está na terceira turma e tem foco no humano, gerencial, ambiental, técnico e econômico.

 MB Comunicação