O papel da nutricionista na alimentação escolar, a relação do trabalho entre nutricionistas e vigilância sanitária, a pesquisa sobre a agricultura familiar realizada na região da Associação dos Municípios do Oeste de Santa Catarina (AMOSC) foram temas debatidos, nesta semana, durante a reunião do Colegiado de Nutricionistas da entidade com a Câmara Técnica da Vigilância Sanitária Regional, no auditório da Secretaria de Desenvolvimento Regional de Chapecó (SDR).
A nutricionista da AMOSC, Cristina Santos de Castro, apresentou a Lei nº 11.947 de 2009, que regulamenta sobre o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e estabelece que o nutricionista é o único profissional capaz de atuar como responsável técnico pela alimentação escolar.
De acordo com Cristina a resolução CFN nº 465/2010 mudou o perfil de atendimento da alimentação escolar na região da AMOSC. Planejar, elaborar, acompanhar e avaliar o cardápio da alimentação escolar; desenvolver programas de educação alimentar e nutricional para a comunidade escolar; planejar, orientar e supervisionar as atividades de compra, recebimento, armazenamento, higienização, produção e distribuição dos alimentos, zelando pela quantidade, qualidade e conservação dos produtos, são apenas três das 14 atividades obrigatórias que a resolução determina.
A nutricionista da AMOSC também abordou a regulamentação da profissão pela Lei nº 8.234 de 17 de setembro de 1991 e as áreas de atuação, determinadas pela Resolução nº 380/2005 CFN. "Muitas pessoas acham que o nutricionista tem apenas o papel de prescrever dietas para pacientes com excesso de peso. Porém, a categoria pode exercer diversas áreas", comentou. Os nutricionistas podem atuar na alimentação coletiva, nutrição clínica, saúde coletiva, docência, indústria de alimentos, nutrição em esportes e marketing na área de alimentação e nutrição.
Outros temas abordados foram às experiências das ações conjuntas que alguns profissionais já desenvolvem com a vigilância sanitária nos seus municípios, a legislação sanitária vigente aplicada nas cozinhas das escolas e ações que a vigilância sanitária, nutricionistas e agricultura podem fazer para adequar alguns produtos da agricultura familiar na alimentação escolar.
Segundo a nutricionista do município de Pinhalzinho e coordenadora do Colegiado de Nutricionistas da AMOSC, Linéia Pezzini, o intuito é fortalecer a agricultura familiar nos municípios, incentivar a produção, apresentar alternativas de desenvolvimento do setor e repassar orientações de cuidados com a higiene, manipulação, rotulagem e embalagens dos produtos. "O trabalho em conjunto da vigilância sanitária e nutricionistas tem como objetivo promover a saúde das crianças através da produção de alimentos saudáveis e seguros para o consumo", complementa Cristina.
Linéia apresentou a pesquisa "Agricultura familiar no contexto da alimentação escolar no município de Pinhalzinho" desenvolvida no período de março a maio de 2012. Esta pesquisa teve como finalidade compreender como se apresenta a estrutura da agricultura familiar no município de Pinhalzinho e a aplicabilidade da Lei nº 11.947/2009 no fornecimento da alimentação escolar, contextualizando a atuação do nutricionista em gerenciar a alimentação escolar e criar parceria com os agricultores para viabilizar a aplicação da lei, saindo do campo burocrático e migrando para ações sociais com grupos de agricultores em sua organização.
"Todas as ações estão voltadas à nutrição escolar, por isso é fundamental manter o controle da qualidade dos alimentos, desde a origem até o preparo. Neste sentido, os colégios também estão sujeitos as atividades da Vigilância Sanitária e as orientações aos agricultores baseiam-se nos princípios básicos de higiene e procedência", observou o fiscal sanitarista em Nova Erechim e presidente da Câmara Técnica da SDR Chapecó, Claudio Frozza. Para ele, a parceria com as nutricionistas possibilitará um consenso e uma sincronia no desenvolvimento das atividades paralelas dos municípios da AMOSC.
MB COMUNICAÇÃO
