Municípios da AMOSC em alerta para evitar o vírus da aftosa

 

A Associação de Municípios do Oeste de Santa Catarina (AMOSC) promoveu nesta terça-feira (27) reunião extraordinária do Colegiado de Secretários Municipais de Agricultura, no auditório da entidade.

O coordenador do colegiado, Rinaldo Segalin, explicou que a reunião extraordinária foi realizada com a intenção de divulgar medidas e ações preventivas para evitar que o vírus da aftosa atinja o rebanho catarinense. Estiveram presentes os secretários municipais de agricultura e os técnicos das indústrias de lacticínios da microrregião da AMOSC.

Para Segalin o alerta e a sensibilização das pessoas são fatores determinantes para manter a sustentabilidade do setor. "Atualmente temos uma grande área de risco porque os animais não estão protegidos. Somos responsáveis pela sanidade animal do Estado. O foco da reunião é mobilizar os secretários e as empresas para evitar que o foco se alastre", comentou.

Segundo o coordenador do colegiado, a preocupação da AMOSC está na manutenção de uma das principais atividades econômicas da região. Segalin destacou que 79% da produção de leite se concentra nesta região. Além disso, 80% utiliza mão de obra familiar e 87% do movimento bruto do setor agropecuário se concentra na região Oeste. "Um foco pararia tudo, exportação, renda familiar e o setor produtivo", alertou o coordenador.

AÇÕES 

Na reunião a coordenadora da área animal da Cidasc na regional de Chapecó, Luciane Surdi, apresentou os sintomas da doença, os procedimentos que devem ser adotados para as denúncias e as ações preventivas.

A Cidasc intensificou as barreiras nas divisas e tem efetuado visitas nas propriedades vizinhas, as de risco, as próximas aos frigoríficos e corredores sanitários de bovinos e bubalinos, rodoviárias, lixões e hotéis fazenda. Além disso, há fiscalização em eventos agropecuários e foram implantadas barreiras volantes.

No Brasil está proibido o ingresso de produtos de origem animal e vegetal. Em Santa Catarina a passagem de alguns produtos é permitida apenas nos corredores sanitários e deve ser realizada em no máximo três horas. "Todas essas ações foram adotadas porque Santa Catarina é o único Estado livre da doença sem vacinação, isso há mais de dez anos. O vírus causaria uma consequência econômica muito grande, pois o rebanho de bovinos no Estado é de 3 milhões e 700 mil, sendo que 50% deste número se concentra na região de Joaçaba a Dionísio Cerqueira", detalhou Luciane.

As ações serão desenvolvidas pelos próximos 30 dias, depois será avaliada a situação e planejada outras medidas. O ponto mais intenso das atividades se concentra na divisa com o Paraná.

DOENÇA

A aftosa é uma doença altamente infecto contagiosa causada por vírus que ataca bovinos, bubalinos, caprinos e ovinos. Os sintomas são febre, perda do apetite, lesões no casco, salivação abundante e em cinco dias pode apresentar vesículas. 

No Paraguai o vírus encontrado na propriedade com aftosa foi o "tipo O" que é mais severo em animais jovens. De acordo com a coordenadora da área animal da Cidasc na regional de Chapecó, o projeto do Ministério da Agricultura é erradicar a doença no Brasil, intensificando e melhorando os índices do país.

As denúncias de suspeitas no Estado devem ser realizadas na Cidasc através do telefone 0800-643-9300. A partir da suspeita, a propriedade deve ser visitada pelos técnicos em até 12 horas.

As ações preventivas contam com o auxílio do Exército, Polícia Militar, autoridades políticas, e produtores rurais.