Ferrovia da Integração é estratégica para o desenvolvimento do oeste

Promover audiência pública em Chapecó, com a presença do ministro dos transportes, Alfredo Nascimento, para discutir a viabilização da Ferroeste e audiência em Brasília para exigir dos técnicos do DNIT o edital para as empresas participarem das licitações. Estes foram os principais encaminhamentos da audiência pública sobre a Ferrovia da Integração, que ligará Itajaí à Dionísio Cerqueira, promovida no último fim de semana pela Frente Parlamentar das Ferrovias em parceria com a Associação Comercial e Industrial de Chapecó e a Associação dos Municípios do Oeste Catarinense (Amosc), na cantina do Cesec em Chapecó.
Fizeram parte da mesa de honra, o presidente da Acic Chapecó, João Stakonski, o secretário municipal de planejamento, Américo do Nascimento Junior, representando o prefeito José Cláudio Caramori, o coordenador da Frente Parlamentar das Ferrovias, deputado Pedro Uczai, o presidente da Amosc e prefeito de Pinhalzinho, Fabiano da Luz, o deputado federal e presidente da Frente Parlamentar das Micro e Pequenas Empresas, Cláudio Vignatti, o deputado federal e coordenador da Região Sul na Frente Parlamentar de Logística e Infraestrutura da Câmara Federal, Celso Maldaner, o deputado estadual Dirceu Dresch, a vereadora Luciane Carminatti e o secretário de desenvolvimento regional, Roni Didomênico.
No dia em que se comemora o dia do ferroviário, o deputado Pedro Uczai apresentou aos empresários, imprensa e convidados, o projeto da Ferrovia da Integração, que ligará Itajaí a Dionísio Cerqueira, passando por Chapecó, num trecho de aproximadamente 700 quilômetros. "Investimentos de R$ 85 milhões já estão assegurados para a elaboração do projeto técnico da obra, que foi incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), do governo federal", destacou.
O presidente da Acic Chapecó, João Stakonski, reforçou que a iniciativa possibilita resgatar o objetivo da Estrada de Ferro Santa Catarina que por um erro histórico, foi desativada em 1971. "A Ferroeste oportunizará interligar o Porto aos países da América, integrar Santa Catarina com os estados vizinhos, fortalecer as relações com os demais países do Mercosul e viabilizar as exportações para os países asiáticos através dos trilhos".
A próxima etapa, explicou Uczai, é o lançamento dos editais de licitação para a contratação das empresas que desenvolverão os estudos econômicos, técnicos, financeiros, ambientais, entre outros, que deve ocorrer em 60 dias. A ferrovia tem importância estratégica para o desenvolvimento do oeste em razão do constante crescimento do Porto de Itajaí e o tráfego saturado da BR-282 e BR-470. "O transporte através de ferrovia é aproximadamente 30% mais barato se comparado aos demais, além de ser mais seguro e ambientalmente sustentável. Por isso, a pressão dos empresários para a agilidade na execução do projeto é de fundamental importância", complementou.
Outros dois projetos envolvendo ferrovias também estiveram em debate na audiência – a reativação da ferrovia do Contestado, entre os municípios de Mafra e Piratuba e a Ferrosul.
HISTÓRIA
Construída no início do século passado por descendentes alemães, a Estrada de Ferro Santa Catarina foi inaugurada em 03 de maio de 1909 e desativada em 1971, sendo que sua última utilização foi na enchente de 1984 para atendimento as vítimas da catástrofe.
Seu projeto original era ligar o Porto de Itajaí até a Argentina, e se entroncaria com a linha Rio Negro – Vacaria, em Ponte Alta e com a linha Itararé – Uruguai, em Herval d'Oeste, até alcançar a fronteira em Dionísio Cerqueira. Porém, a linha jamais atingiu a Serra Geral, tendo Braço do Trombudo seu ponto máximo.
No fim da década de 1950 foi incorporada à Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima, porém, os recursos para a expansão nunca chegavam. Isolada da malha nacional, foi caindo em desuso. Com a abertura do asfalto da BR 470, perdeu ainda mais importância e foi desativada em 1971.
Os planos do ramal eram atingir o Norte catarinense, mas com a abertura do Tronco Sul, Rio Negro – Roca Sales, foi abandonado pela Rede Ferroviária com a alegação que a ferrovia se tornara anti-econômica, assim como várias outras no Brasil nessa época. Logo em seguida teve a retirada dos trilhos da ferrovia, sob protestos da população. E suas estações, na maioria, demolidas ou depredadas, pontes ruídas, e seu leito nas áreas urbanas cobertos pelo asfalto.
Fonte: MB Comunicação