Prefeito de São Carlos assume a AMOSC

Eleito por aclamação e observando o sistema de revesamento partidário Rudi Miguel Sander (PP), 39 anos, Prefeito de São Carlos é o mais novo Presidente a assumir a AMOSC no ano do seu cinquentenário. Neste entrevista relata um pouco da expectativa para o ano que se inicia a frente desta renomada entidade.

1)    Quais os desafios da AMOSC para 2018?

R. Este ano a AMOSC completa seu cinquentenário de fundação. É preciso reconhecer o trabalho dos que me antecederam, mas os tempos são outros, as mudanças na legislação, as novas tecnologias, os órgãos de controle mais atuantes e vigilantes e as demandas sociais que são crescentes. Por isso a AMOSC precisa estar na vanguarda dos acontecimentos e a frente do seu tempo para poder melhor orientar e assessorar os prefeitos e sua equipe. Precisamos qualificar e melhorar os serviços prestados em todas as áreas, por isso vamos colocar em prática o planejamento que fizemos com os prefeitos para que a AMOSC possa entregar resultados, buscar envolver usuários dos serviços nos municípios para avaliação contínua e sugestão de melhorias, estabelecer na forma de liderança, diálogo interno e externo, gestão, processos, competências e motivação.

2)    É possível, via AMOSC promover ainda mais o desenvolvimento regional?

R. A AMOSC sempre foi a indutora do desenvolvimento regional. É preciso regatar este importante papel de articuladora das políticas públicas na Região Oeste. Temos uma proposta a apresentar a sociedade que é através da formação de uma rede de colaboração, envolvendo as universidades, entidades públicas e privadas. Cada vez mais precisamos unir esforços no sentido de reivindicar por exemplo investimentos dos governos na infraestrutura tão necessária para o escoamento da nossa produção, seja agrícola ou industrial para os grandes centros consumidores e aos portos catarinenses para exportação a fim de melhorar nossa balança comercial e garantir os empregos na região e a fixação do homem no campo. Recentemente nos filiamos ao BRIPAEM – Bloco Regional de Intendentes, Prefeitos, Alcaldes e Empresários do Mercosul, que tem o propósito de buscar a integração transfronteiriça com vistas a viabilizar a Rota do Milho, importante insumo para as nossas agroindústrias. Precisamos fortalecer cada vez mais as ações de cooperação regional.

3)    Acredita que a economia melhora em 2018?

R. Creio que o pior já passou, os dados da macroeconomia sinalizam para isso. A inflação em baixa, os juros caindo, os ajustes nas contas públicas, as reformas propostas pelo governo, são motivos suficientes para retomada dos investimentos pelas empresas, de modo geral a confiança está voltando e teremos um ano bem melhor do que foi o ano passado, porém ainda com muita cautela por parte dos prefeitos, considerando que o FPM – Fundo de Participação dos Municípios fechou em queda nominal se comparado ao ano de 2016.

4)    Qual é a proposta para a repactuação federativa?

R. Apoiar a pauta municipalista encabeçada pela CNM – Confederação Nacional de Municípios junto ao Governo Federal e Congresso Nacional. Também não podemos esquecer das lutas junto ao Governo do Estado para viabilizar maior participação na partilha do ICMS, podemos ainda citar a necessidade de garantir a participação de 10% na partilha de recursos das contribuições federais destinadas diretamente aos municípios, que o Governo Federal destine no mínimo 10% da receita de impostos para saúde, reivindicar a adequação da BR-282 com a construção da 3a. faixa nos locais de maior tráfego, mobilizar as autoridades para construção da Ferrovia de Integração que liga o oeste catarinense aos portos no litoral, apoiar a internacionalização do aeroporto Serafim Bertaso como porta de entrada do Mercosul, garantir recursos por parte do Governo Federal para que os municípios possam investir no sistema de esgoto, reivindicar juntos aos governos federal e estadual a efetivação do regime de colaboração para implementação dos planos municipais nas diversas áreas (Educação, Saúde, Assistência Social e outros). Já avançamos muito neste sentido, mas ainda é pouco frente as demandas crescentes da sociedade.

5)    Existe a preocupação em trabalhar pela redução dos custos das prefeituras com medidas conjuntas?

R. Foi um ano de ajustes, tivemos que “cortar na carne” para poder chegar no final do ano com as contas em dia. Vejo os consórcios como uma grande saída para a diminuição de custos. Na AMOSC temos dois consórcios implantados e com resultados efetivos de economia aos municípios, citando como exemplo na área da saúde com o credenciamento de consultas e exames especializados bem como a compra de medicamentos. Não tem outra alternativa, precisamos fazer mais com menos e a união dos prefeitos em torno de projetos comuns é a alternativa para o enfrentamento da diminuição de recursos por que passam as prefeituras.